RESPOSTA AO "HSTORIADOR" MARCO MOREL SOBRE O LIVRO : O PODER DA MAÇONARIA

 

Gostaria de dizer ao senhor Marco Morel e à sua companheira de livro, Francoise Jean de Oliveira Souza que a história da maçonaria (e não é lenda ou invenção como ele diz)está gravada por muitos lugares do planeta, demonstrando a riqueza de seus ensinamentos e a influência de seus pensadores na ciência, na política, na religião, nas revoluções e na arte. Falar sobre maçonaria é muito difícil e delicado, pela natureza de suas origens, por isso os autores deste livro deveriam ter o cuidado ao exclamar certas afirmações como sendo "desbravadores de um grande conhecimento" (eu sei que isso é importante para vender um livro) mas quem sabe escrever bem, quem sabe ser um verdadeiro HISTORIADOR (e não apenas jornalista historiador), conhece o princípio fundamental da subjetividade. Ou seja, os homens escrevem e contam a SUA forma de enxergar a história, por isso temos que ter muita imparcialidade ao escrever um livro. O problema não é o livro em si, mas a forma de fazê-lo e divulgá-lo como verdade suprema sobre um momento histórico.

A história da maçonaria é secular e por isso, uma investigação realmente HISTÓRICA, não pode se basear em períodos tão grandes de tempo(você não pode analisar séculos de um ângulo de visão apenas e muito menos resumir tudo num pequeno livro. Teria que ser uma enciclopédia. O livro, que ainda não li mas vou ler com certeza, centraliza seu foco no período da independência do Brasil e do Primeiro Reinado, afirmando que a maçonaria nem influenciou nem foi importante no processo. Também afirma que a maçonaria era toda ela imperialista, apoiando as idéias absolutistas do imperador.

Se os senhores são realmente historiadores, parece que esqueceram alguns fatos históricos importantes da história do Brasil quando traçaram as suas conclusões acerca do tema. Vale a pena relembrar alguns momentos:


  1. D. Pedro prendeu os constituintes de 1823 e desfez o projeto constitucional que combatia e limitava o poder absoluto(isso é fato);

  2. José Bonifácio, Grão-Mestre e padrinho de D. Pedro na maçonaria também foi preso por discordar das idéias do imperador(isso é fato);

  3. Em Pernambuco, as lojas maçônicas Pernambuco do Oriente e Pernambuco do Ocidente(oriundas do Seminário de Olinda)ajudaram a encabeçar o movimento insurreto de 1824(Confederação do Equador)(isso é fato);

  4. D. Pedro reprimiu duramente o movimento levando vários líderes maçons à morte, inclusive Frei Caneca(isso é fato);

  5. Anos antes, em 1817, o mesmo Seminário de Olinda já influenciara o movimento republicano da Revolução Pernambucana contra D. João VI(isso é fato);


Poderia ficar aqui sentado e relacionar para os senhores todas as passagens históricas do Brasil e do mundo em que a maçonaria esteve presente, mas como vocês, me detive a alguns fatos do período imperial apenas, para mostrar-lhes o quanto é perigoso escrever SEM EMBASAMENTO COMPLETO.

A história do Nordeste é rica em fatos envolvendo a maçonaria e sua influência é reconhecida por todos os bons historiadores em diversos momentos.

Atualmente, a degeneração da moral e da ética de alguns pseudo maçons que nos representam no congresso nacional mancham a história revolucionária e emblemática da Ordem, mas isso não é a história da maçonaria.

Não queiram desvendar o mistério desvendado para apenas vender bem mais um livro. Sejam éticos e principalmente, competentes.


Sérgio Fernandes – Mestre maçon.


Historiador graduado na Universidade de Pernambuco e Especialista em História Contemporânea pela Universidade Federal de Pernambuco.


sergioafsilva@hotmail.com
 




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Postado por Sérgio Fernandes quarta-feira, agosto 19, 2009

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