"O RITUAL MAIS CONHECIDO DOS DERVIXES É O SAMA,
A CHAMADA ORAÇÃO EM MOVIMENTO, EM QUE OS FIÉIS
GIRAM POR HORAS ENTRANDO EM ÊXTASE PROFUNDO".
Também chamados de sufis, os dervixes são seguidores do Sufismo, vertente mística do Islã que surgiu no século 7 junto com a doutrina do profeta Muhammad. Inicialmente, os dervixes eram ascetas radicais, que abandonaram a vida material em nome de um completo aprofundamento na fé.
Só mais tarde começaram a se agrupar em irmandades, com características distintas entre si, mas sempre tendo por bandeira o crescimento interior como forma de integração com o Criador.
"Enquanto um islâmico comum pode orar a Deus por obrigação, o sufi tem por objetivo unir-se a Ele", diz sheik Muhammad Ragip, representante da ordem dervixe turca Halveti Jerrahi no Brasil. Segundo ele, porém, o fato de relegarem os aspectos materiais não os torna superiores.
"Cada um tem uma função destinada por Deus. O fiel que se preocupa mais com a matéria, mas segue o Corão, também será recompensado por Allah", afirma sheik Ragip.
Além do estudo do Corão, os dervixes têm várias práticas voltadas para o autoconhecimento e a conexão com o Sagrado. Um dos rituais mais conhecidos é o Sama, no qual os místicos giram duurante horas, atingindo um profundo estado de transe devocional.
No Sama, há orientações específicas quanto às posturas que o fiel deve adotar: por exemplo, deve-se girar apenas em sentido anti-horário, com a mão direita voltada para o céu e a esquerda para o chão - segundo crêem, dessa forma o poder de Deus o ritual mais conhecido dos dervixes é o Sama, a chamada oração em movimento, em que os fiéis giram por horas, entrando em êxtase profundo entra pela palma da mão direita, passa pelo corpo e então sai pela palma da outra mão, difundindo-se pela terra.
Nem todas as vertentes, porém, executam o Sama da mesma forma.
''A cerimônia, assim como outros rituais sufi, pode ser adaptada conforme a orientação do mestre de cada linha", afirma Giselle Camargo, professora de Antropologia da Dança da Universidade Federal da Bahia e autora do livro Sama, Etnografia de uma Dança Sufi.
Seja como for, uma coisa é consenso entre todas as linhas: ao contrário de uma dança, na verdade o Sama é uma "oração em movimento".
Entre os exercícios praticados por esses místicos estão ainda o zikr- repetição contínua dos nomes e atributos de Allah - e a prática da meditação.
FONTE: Carla Soares - Revista das Religiões
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